sexta-feira, 4 de junho de 2010

GECI “Machuca” tenções entre educação e lutas de classes


Ambientado na década de 70, em plena ditadura militar no território chileno, o filme Machuca do diretor Andrès Wood retrata o golpe pela ótica de três personagens pré-adolescentes. Para Wood não deve ter sido difícil se apropriar desta visão, pois em 1973, ano do golpe, ele tinha apenas 8 anos, talvez por isso, o filme centraliza mais no sentimento do que na ideologia política da época, entretanto com muita sutileza, há elementos presentes nas cenas que denunciam os ideais da época, tanto por parte do golpista Augosto Pinochet, quanto do esquerdista Salvador Allende, por meio das personagens que representaram as classes sociais partidárias de cada governante.

Ao discutir o filme como obra de arte percebemos que há uma desatropomofibisação, ou seja, um trocadilho entre sociedade-cinema-sociedade. Com a sociedade no cinema e vice versa, observa-se que a obra de arte fica condicionada pela vida social que perpassa do particular, neste caso o contexto do Chile, e o universal, a interpretação desse contexto, por exemplo, os dois meninos, Machuca e Gonzalo, que se conhecem em um colégio de classe média alta, onde Machuca é bolsista, pois Allende acreditava ser um meio de aproximar dois mundos diferentes e tornar a sociedade mais igualitária, de modo que, embora, esses meninos sejam de classes sociais diferentes tem coisas comuns que são próprias da infância, como as brincadeiras, e algumas diferenças determinadas pelo meio social em que vivem, o que nos faz pensar no contexto das escolas em que trabalhamos: produzimos um ambiente que respeite as individualidades e ao mesmo tempo promove os direitos coletivos. Quais são os princípios definidos no regimento interno da escola que leciono? Essa reflexão final é que podemos definir como a essência, a totalidade da compreensão da obra de arte, ou, em resumo, a ampliação da esfera de presença do ser.

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