segunda-feira, 2 de novembro de 2009

GEAC - Tensões da escola

A ESCOLA DO SIM, DO NÃO E DO TALVEZ

Para retratar a escola do não, além dos textos lidos, assistimos ao filme Professor, profissão perigo, que demonstra o descaso do Estado com a educação pública. A escola não oferece condições para que ocorra o ensino e a aprendizagem, a delinqüência juvenil vira fundo musical nas aulas, ainda há um pouco de respeito pelos professores que são da comunidade em que a escola está inserida, o preconceito em relação aos novatos na escola também ocorre em relação aos alunos, quando chegaram duas garotas muçulmanas e o diretor não aceitou que elas usassem a burca, lembrando que a igualdade é excludente, essa situação causou polêmicas, envolvendo família, escola e legislação. E quanto a nós, consideramos que nossos alunos quando chegam à escola eles já têm uma vivência social que não pode ser negada? Nessa escola do não, a instituição e seus membros não têm real significado para os educandos, pois os mesmos não são vistos individualmente e tampouco no seu contexto cotidiano.
Na escola do sim destaco a forma de avaliar. Pois, As dificuldades para dimensionar a aprovação/promoção das crianças na escola, às vezes, podem ser por conta da falta de precisão quanto aos avanços dos alunos, em algumas avaliações faltam critérios pré-estabelecidos e instrumentos adequados para os objetivos planejados. Por exemplo, o professor planeja com um objetivo, desenvolve atividades em torno do mesmo, mas na avaliação cobra outro conteúdo, além desse equivoco, dá a nota baseado em um instrumento final desconsiderando o processo.
Outra reflexão interessante foi acerca da historia de vida do aluno e do professor. A história de vida da criança, quando relacionada com a escolarização perpassa pela questão do nível de escolaridade dos pais e como essa influi na aprendizagem do filho. Pensando nessas questões o professor fica diante de uma questão ambígua: sua história enquanto filho de pais analfabetos, e seus alunos, alguns também como filhos de analfabetos. Fomos educados sob uma corrente teórica filosófica empirista, em que se cria que o individuo é uma folha em branco, tabua rasa, que nada sabe ao nascer, portanto ao irmos para a escola, pensava-se que não sabíamos nada sobre os conhecimentos escolares, tampouco nossas experiências familiares, sociais, tinham valor para educação formal, portanto a formação de nossos pais não tinha nenhuma influencia na nossa escolaridade.
Como educadores é que nos deparamos com a idéia de que com pais analfabetos precisam de mais atenção, relata-se que essas crianças não têm o exemplo, o acompanhamento, os próprios pais justificam que não sabem ensiná-los.
Com a adesão da rede municipal com cursos de formação do MEC, passamos a discutir a importância dos conhecimentos prévios das crianças ao iniciarem sua vida escolar e durante a mesma, neste período tivemos influencia da corrente teórica filosófica, interacionista.
Durante a graduação estamos tendo contato com diferentes teóricos que discutem a participação da família na educação da criança. Nos deparamos com pontos de vistas diferentes, alguns pensam que a educação escolar deve ser assumida inteiramente pela escola, outros defendem que é responsabilidade, também da família, e há aqueles que designam a cada um seu papel, sou adepta desse último, acredito que essa seja a escola do sim, que aprova sem transferência de responsabilidades.




Considerando que as pessoas são, também os lugares, me encontro na escola no pátio, na biblioteca, gosto dos espaços coletivos, acredito que as aprendizagens se dão numa relação horizontal.
Na foto acima alunos e funcionários da escola lêem informações no Jornal Mural exposto no pátio da Escola Municipal de Angical, onde leciono. Os alunos do 9º ano organizam as matérias com colaboração de todas as turmas. O projeto que foi elaborado coletivamente no segundo bimestre, já garantiu doze edições do jornal, mais as edições especiais em datas comemorativas.
Fascina-me o projeto de leitura da escola, que a cada quinzena pára todos para leitura, são 30 minutos em não se pega em vassouras, não atende telefone, a única coisa que se abre são os livros. Leitura prazerosa, ler por ler.

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