domingo, 14 de setembro de 2008

Bem vindos à Vila Angical

REDE MUNICIPAL DE ENSINO – IRECÊ – BAHIA


ANGICAL – “A VILA”
Artigo de opinião apresentado pela docente Rita Cácia Fernandes, da Escola Municipal de Angical, ao Concurso Literário da Rede Municipal de Irecê.



Resumo: Angical, “Vila” a 15 Km da sede do município de Irecê, quem pega este trajeto enfrenta estrada de chão (outrora asfalto) ladeada no inverno por belos são joeiros floridos, acompanhados por alguns mandacarus e barrigudas alvinhas, dentre roças de milho, feijão, mamona e até girassol, na estiagem a paisagem verde – amarela, dar lugar a outra paisagem cinzenta, das arvores secas. Além da paisagem instável, enfrenta-se na comunidade a instabilidade sócio-política.

Palavras – chave: Angical, Comunidade, Vila, Distrito, Lei.
Fernandes Fonseca, Pereira Menezes, Mó e Moitinho, primeiras famílias a se estabelecerem em Angical. Conta-se lenda ou não, que os descobridores desta comunidade entraram mata adentro em busca de mel de abelhas, perdidos encontraram um lugar propício à plantação e criação.
A princípio era uma casa aqui outra acolá, ainda assim a comunidade dividia-se em: Angical, Mamoeiro, São João e Pirajuí. Isso de acordo com as árvores que predominavam em torno dos lares a cada canto da comunidade, passando-se o tempo, aumentando-se as casinhas de enchimento e surgiu o povoado Angical, nome originário do grande número de angicos na localidade.
Atualmente, com uma população superior a 1.600 pessoas e aproximadamente 500 domicílios, 220 não domiciliares, dentre eles, escolas, correio supermercados bares, posto de gasolina, posto policial (sem policiais), a comunidade de Angical teve seu distrito criado, através da Lei Municipal nº 541, de 30 de Julho de 1999, com a determinação da Lei Orgânica, até julho de 2003. Passaram-se 4 anos e 11 meses da data prevista para a instalação e nada foi feito para o funcionamento do referido distrito.
De direito, Angical é uma Vila, mas de fato, encontra-se há anos luz de tal proeza. Afinal, para exercer a cidadania é necessário cidadão e cidadã conhecerem os seus direitos e deveres civis dentro da comunidade ou sociedade onde vivem e praticá-los em benefício próprio e de todas as pessoas que os cercam.
Entretanto, questionam-se os interesses políticos nas entrelinhas legais. Pois, se exige que o administrador distrital elabore uma proposta orçamentária anual do Distrito, o qual será administrado pelo mesmo, o que representa uma descentralização de poder.
Não fazer valer a Lei, priva os moradores angicalenses de beneficiar-se com comarcas, bancos, dentre outras coisas.
Contudo, este povo humilde cala-se em silêncio ignorante, desconhecedores da Lei, ás vezes conformistas diante de um “ouvi dizer que”, os “sabidos” calam-se no silêncio da consciência, pura conveniência em prol dos interesses pessoais.



Referências Bibliográficas:

LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE IRECÊ, 2ª Ed. Irecê: Fábrica de Artes, 2002
RUBEM, Jackson. Irecê um pedaço histórico da Bahia. Salvador: Poit Fox, 1999.




Um comentário:

Rita Rezende disse...

Olá chara!
Entrar no seu blog é como fazer uma viagem no tempo e espaço. Não conhecia a história de Angical e se conhecesse neste momento com certeza estaria com uma visão mais ampliada do que passou e se passa neste povoado. De fato, as riquezas e grandezas deste lugar devem ser cantadas e encantadas através de versos, prozas e muitos textos bem escritos iguais aos seus. Parabéns!

Rita Rezende